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Como objetivo principal desta pesquisa pretendeu-se identificar e analisar os
principais fatores que influenciam a intenção de consumo compartilhado de roupas,
sapatos e acessórios pessoais na região sudeste do Brasil. Nas primeiras discussões
acerca do consumo colaborativo, este estava associado ao consumo consciente, mais
comum nas negociações de produtos e serviços com valores mais expressivos. O consumo colaborativo fazia parte do campo de estudo do desenvolvimento sustentável, uma vez que tem, no seu conceito original, a otimização ou o reaproveitamento de recursos disponíveis. Porém, essa prática de consumo se ampliou para produtos e bens de valores menos expressivos, como roupas, sapatos e acessórios, onde agrega a possibilidade, não apenas do reaproveitamento, mas de ganhos financeiros atrativos. Metodologicamente o estudo compreende um trabalho descritivo, de abordagem quantitativa, realizado por meio de uma survey. Foram coletados 480 questionários, válidos, preenchidos por participantes de redes sociais e de plataformas de compartilhamento online que já tiveram a experiência de compra e venda de roupas, sapatos e acessórios usados. A análise dos dados foi realizada por meio de estatística multivariada, sendo inicialmente delimitados os construtos, por meio da análise fatorial exploratória e, na sequência, realizada a modelagem de equações estruturais. Os resultados indicam que, apesar da escolha por participar do consumo compartilhado ser explicada, em parte, por uma atenção maior à questões do meio ambiente, para os adeptos do consumo colaborativo de roupas, sapatos e acessórios, as razões ambientais não parecem ser primordiais. No que se refere à sua polaridade conceitual, considera-se que o consumo compartilhado de roupas, sapatos e acessórios, como processo de indução do comportamento, está diretamente relacionado a um grupo de referência e também à possibilidade de ganhos financeiros próprios. Uma das contribuições desse trabalho reside no questionamento acerca do termo “consumo compartilhado”, uma vez que, frequentemente, as pessoas não estão dividindo, partilhando algo, mas, sim,
estabelecendo relações mercantis, de compra e venda de objetos, para os quais a modalidade de produtos usados é mais vantajosa. |
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