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Este estudo teve como objetivo descrever a relação entre os fatores potencialmente
causadores de estresse e o comprometimento de empregados de uma Fundação vinculada a uma instituição federal de ensino da Zona da Mata mineira. Em termos
metodológicos, foi realizada uma pesquisa do tipo descritiva com abordagem quantitativa, tendo como método de pesquisa o estudo de caso, com o emprego de questionário como técnica para o levantamento de dados. Para avaliar fatores de pressão no trabalho, sintomas físicos e mentais e estratégias de combate ao estresse ocupacional, configurou-se o instrumento de coleta de dados por escalas de frequência do tipo Likert, tendo como referência o modelo de estresse
ocupacional de Cooper, Sloan e Williams (1988) e o construto relacionado ao tipo de
vínculo organizacional, o que influencia na decisão do indivíduo de permanecer ou
não na organização. Na concepção de Meyer e Allen (1991), essa influência se dá
em diferentes dimensões, denominadas afetivas, instrumentais e normativas. Foram
aplicados 162 questionários a uma população de 250 empregados pertencentes a três setores da empresa (Administração, Supermercado e Laticínio). Em relação às variáveis demográficas, ocupacionais e de hábitos de vida, evidenciou-se que os sujeitos da pesquisa são, em sua maioria, do sexo feminino, com idade de até 35 anos, solteiros, com graduação completa, sem filhos, com até cinco anos de serviço na instituição, com jornada laboral de 40 horas semanais, não fumam, não trabalham nos finais de semana e feriados, fazem uso de bebida alcoólica – variando de “às vezes” a “frequentemente” – e realizam exames de saúde
anualmente. Ao investigar as seis tipologias de estressores causadoras de fontes de
pressão como os fatores intrínsecos ao trabalho, concluiu-se que o papel gerencial;
o inter-relacionamento; o desenvolvimento na carreira, estrutura e clima organizacional; e a interface casa e trabalho constituem fonte de pressão leve para os trabalhadores pesquisados. Em relação aos sintomas físicos e mentais, a pesquisa apontou presença leve desses sintomas entre os pesquisados. Todavia, em uma análise global, os dados evidenciaram que os indicadores mais graves associados aos sintomas mentais se relacionam ao nervosismo acentuado e à ansiedade. Já os sintomas físicos se relacionam a dor nos músculos do pescoço, comer mais do que o usual e dor de cabeça. Quanto às estratégias de combate ao estresse ocupacional para lidar com as fontes potenciais de pressão no trabalho, verificou-se que elas são utilizadas moderadamente pelos pesquisados. Quanto às variáveis de comprometimento organizacional, constatou-se uma situação de alto comprometimento afetivo, e as demais dimensões (normativa, instrumental e geral) apresentaram uma situação intermediária entre baixo e alto comprometimento organizacional. Na análise bivariada, os fatores de comprometimento organizacional, fatores de pressão no trabalho, sintomas físicos e mentais e as estratégias de combate ao estresse ocupacional dos empregados são correlacionados com os seus dados demográficos e ocupacionais. No que tange à faixa etária, constatou-se diferença significativa de escores em três fatores, assim como maior comprometimento de empregados com mais de seis anos na organização, aqueles
com idade acima de 41 anos e os possuidores de mão de obra menos qualificada.
Diante dos resultados e pela análise de regressão múltipla, pode-se concluir que há
relação entre o estresse ocupacional e o comprometimento organizacional |
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