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A violência financeira está relacionada ao ato de abusar, explorar ou subtrair objetos, bens, valores, documentos e direitos, entre outros itens. Tal violação pode ser ocasionada por indivíduos, empresas ou instituições, sejam públicas ou privadas. O ambiente permeado por situações de violência financeira torna-se contaminado por medo, angústia, tristeza e dor. Apesar de ocasionar graves consequências psicológicas, físicas e, até mesmo, a morte do indivíduo, a violência financeira é pouco difundida e investigada e difícil de ser identificada, sendo desconhecida por muitos. Os indivíduos idosos são mais vulneráveis a situações de violência financeira, por apresentarem mais fragilidades em comparação a grupos mais jovens. Idosos são homens e mulheres que possuem 60 anos ou mais (Lei 10.741). Evidencia-se na sociedade contemporânea que os indivíduos, idosos ou não, precisam dominar informações de cunho financeiro, para se tornarem aptos a tomar decisões sobre financiamentos e investimentos, devido à globalização dos
mercados, permeados por agilidade e volatilidade. Por meio de uma pesquisa de
natureza descritiva com abordagem qualitativa, baseada em um estudo de caso, e
de um questionário com questões fechadas, idosos participantes do Centro de Apoio
e Convivência foram analisados, para apurar como a violência se manifesta neles,
idosos, tendo como referência o Modelo Ecológico de Dahlberg e Krug. Os dados
foram considerados à luz da técnica de análise de conteúdo proposta por Bardin
(2004). Apurou-se que as manifestações de violência financeira ocorrem em todas
as esferas do modelo (sociedade, comunidade, relações e indivíduo), com prevalência de 63,5% nos casos ocorridos na esfera da sociedade, em especial devido a medidas e falhas de ordem econômica e social estabelecidas pelo Governo nacional ou estadual. Constatou-se, também, que idosos mais escolarizados apresentam menor predisposição a casos de violência financeira, por serem mais respeitados pela sociedade. Por isso, são menos vulneráveis a casos de violência financeira praticados por instituições financeiras, públicas ou privadas. Todavia, não estão livres da violência financeira por parte das relações pessoais e da comunidade, pois nas relações pessoais os indivíduos apresentaram 45% de incidência para caso de empréstimos a amigos e familiares que não pagam e na comunidade o assalto na rua obteve a incidência de 33% das manifestações de violência financeira. |
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